Finalmente depois daquela correria toda, consegui pegar o ônibus. Sentei, peguei meu MP4, quando percebi que com aquela agitação toda, ganhei uma forte dor de cabeça. Mas coloquei os fones, olhei pra fora e coloquei minhas músicas preferidas.
Afinal, música me acalma, aliás água e chocolate também, mas isso não vem ao caso.
Comecei a observar as pessoas ao meu redor. O que poderia eu saber sobre o senhor de óculos de fundo de garrafa sentado na minha frente? Ou sobre as mulheres que reclamam da vida, sentadas no banco atrás?
O mundo continua passando pela janela ao meu lado.
Como seria o nome do cara usando um tênis verde-limão, sentado ao meu lado? E o que estaria pensando a mulher de moleton azul e calça cor de rosa?
O ônibus para na fábrica. Lá se vão as mulheres que reclamavam da vida. E entra um menino que fica preso na roleta, a cena foi engraçada, porém, ri comigo mesma.
Próximo ponto e meu olho enche de lágrima. Um menino com SÃndrome de Down entra no ônibus acompanhando de sua mãe amorosa. Não sei porque, mas naquele momento lembrei das minhas aulas de literatura e em especial de uma citação de Percy Shelley: "para mim, a xÃcara foi enchida com outra medida"...