Metáfora vivia sua vida tranquilamente.

Trabalhava como escritora; buscava suas inspirações nos livros que lia e nas músicas que ouvia.

Tinha mania de entrar em livrarias só para ver se seus livros estavam sendo vendidos.

Dizia que a vida é um livro a ser escrito todos os dias.

Pleonasmo também vivia sua vida tranquilamente. Trabalhava como professor de matemática.

Gostava de ir ao cinema, comer pizza e jogar futebol.

Certo dia, Metáfora e Pleonasmo se conheceram, na festa de aniversário de um amigo em comum, Hipérbole.

Passaram horas conversando; Metáfora falando de seu trabalho e Pleonasmo contando histórias engraçadas que ouvia de seus alunos.

Acreditavam no amor à primeira vista e logo começaram a namorar.

Metáfora buscava mais inspiração para escrever seus livros, mas se irritava com o fato de Pleonasmo não gostar de ler.

Pleonasmo até tentava relevar o mundo mágico que Metáfora criava em sua mente, mas tinha horas que não conseguia.

Metáfora discutia regras gramaticais com Pleonasmo e este, tentava explicar-lhe o teorema de Pitágoras e suas funcionalidades no mundo moderno em que vivemos.

Já sem saber porque se apaixonara por Pleonasmo e irritada com tantos erros de português que este falava, ela resolveu lhe dar um dicionário de presente de natal.

Pleonasmo, por sua vez, presenteou Metáfora com um livro chamado 'o maravilhoso mundo dos números', mesmo sabendo que ela odeia matemática.

Foi demais para ambos. O dicionário foi para doação na biblioteca da escola e o livro foi para o lixo, assim como aquele relacionamento. Era o fim de algo que nunca deveria ter começado.

Pleonasmo seguiu sua vida e Metáfora também.

Mal sabia ela, que Hipérbole gostava dos mesmos livros e bandas que ela.