Notas sobre o feminismo
quinta-feira, julho 26, 2018
A questão não é feminismo x machismo, mas a soberania da Palavra de Deus. É a Palavra de Deus que deve criar a cultura, não as condições humanísticas. Eu não devo pensar "como homem, branco, sul-americano, or whatever", mas como cristão. A reorganização em classes, gêneros, etc., foi a tentativa humanista de retornar ao universal em um mundo afetado pelo atomismo iluminista depois da Revolução Industrial. A organização de um movimento feminista é posterior à destruição da unidade familiar pelo atomismo moderno. É a falsificação do verdadeiro conflito, e é a consolidação da exclusão da religião cristã como ordenadora.
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A destruição da família começou muito antes do feminismo, com a liberação *do homem* promovida pelo Iluminismo. Em "A Verdade Absoluta", Nancy Pearcey explica que a desintegração da família e a ascensão do feminismo clássico sofreram não pequena influência dos efeitos da industrialização e da obra de Adam Smith. Adam Smith exaltou a competição e a luta pela sobrevivência no mercado de trabalho. Com a industrialização, os homens começaram a sair de casa para trabalhar fora, e eles deveriam se adaptar à nova forma de trabalho competitivo, onde as virtudes cristãs não eram valorizadas. Os homens começaram a sair de casa para o trabalho e as mulheres ficaram em casa. Às mulheres foi dado o papel de salvaguarda da moral e da religião enquanto aos homens foi dado o papel de portadores da vitalidade, energia e sexualidade. Esse foi o primeiro ataque à família. O mundo do trabalho tornou-se o mundo da competição e da luta, a vida pública regulada pela lei do mais forte; a religião foi deixada na esfera das inclinações pessoais, na vida dentro do lar. Contra isso, o testemunho histórico anterior fornece provas. As famílias geralmente trabalhavam unidas, marido e esposa. As profissões eram ensinadas entre gerações de uma mesma família. Lutero escreveu que "Quando o pai lava fraldas e faz outra tarefa simples para o filho ... Deus com todos os seus anjos e criaturas estão sorrindo." A família trabalhava unida e esse ideal de vida familiar podia ser visto em regiões do interior da Alemanha até a década de 60 do séc. XX, enquanto nos EUA durou somente até o séc. XIX.
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O feminismo associou-se ao relativismo moral e à revolução sexual. Ironicamente, depois da revolução cultural, o número de suicídio entre mulheres (e homens também) aumentou em cerca de 30%. Se não existem valores morais absolutos pelos quais se possa proteger a mulher, e defender o casamento como um instrumento fundamental para essa proteção, não há freio moral para o fim da violência contra a mulher. A própria Simone de Beauvoir recrutava jovens garotas universitárias para que fossem seduzidas por seu amante, Sartre. A violação contra consciências não é feita tanto mediante uma relação de verdadeiro respeito, mas de uma sedução sutil e aliciadora. O relativismo sexual é a causa primária para a "objetificação" da mulher no Ocidente dos nossos dias. O cinismo dos movimentos contraculturais filhos dos pós-freudianos da Escola de Frankfurt, que confundiam "amor" com "sexo", são diretamente responsáveis por isso. John Lennon, que popularizou o ideal hippie, pregava "faça amor e não faça guerra", mas espancava suas companheiras. O movimento feminista é cego e não vê que ele mesmo destrói as mulheres. A cosmovisão feminista é falsa e não enxerga a mulher como ela é, e por isso não pode evitar a violência contra ela.
Só através do retorno ao padrão bíblico de relação entre homem e mulher, elas podem ser realmente protegidas.
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A oposição entre cristianismo e feminismo vai muito além de uma mera luta contra conceitos subjetivos de "ódio", mas entre duas cosmovisões, entre conceitos distintos de autoridade, bem-estar e redenção. O feminismo radical pretende criar uma consciência coletiva que explora a indignação e cultiva a auto-justificação das mulheres, tidas como vítimas inocentes de uma cultura patriarcal que, supostamente, as prejudica. Seu questionável "status inferior" na sociedade Ocidental é usado pra gerar ódio e cooptar mulheres vítimas de violências particulares como massa de manobra para fortalecimento do estatismo e pela busca de poder. Se as mulheres sofrem por um "patriarcalismo" onde o homem tem o poder, a redenção das mulheres requer a exclusão deles da vida pública ou pelo menos o controle de sua participação. Objetivamente falando, o feminismo não se importa com a acusação que ele mesmo faz contra seus alvos, o "discurso de ódio", porque seu movimento sobrevive do ódio contra os homens. Você tem alguma raiva pessoal do seu pai ou de um homem com quem se envolveu? Culpe todos os homens.
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