Quando a escuridão chega

segunda-feira, novembro 11, 2013

Era madrugada.
Mais ou menos umas duas horas da manhã.
E eu vi ela chegando.
Não foi de mansinho. Muito pelo contrário.
Ela entrou no meu quarto sem bater na porta.
Eu não estava mais deitada. Porque não conseguia dormir.
Estava sentada no chão do meu quarto, encostada na cama.
Mergulhada em meio a um mar de lágrimas.
E a escuridão chegou e se sentou ao meu lado.
O calor e o ventilador ligado não foram suficientes para mandá-la embora.
Sem ter muito o que fazer, deixei que ela ficasse.
Ela cantou uma música triste para mim.
Ela quis conversar.
Convidei-a para tomar um café.
Porque obviamente eu não dormiria tão cedo. Nem ela.
Deixei que ela falasse. Desabafasse.
Deixei que ela me convidasse para seus planos secretos.
Quando eu disse que não; quando eu quis desabafar; ela me cercou e me sufocou.
Num grito de silêncio, que não saia da garganta, mas do peito, Te chamei.
Não consegui gritar alto. Nem consegui gritar direito. 
A escuridão me sufocava e as lágrimas me afogavam.
Só consegui dizer: Pai!
Eu achava que ouviria o silêncio.
Mas de repente, eu ouvi. Sua doce voz.
Dissipando toda a neblina do meu coração.
Mandando a escuridão embora.
E me carregando no colo, até que as lágrimas secassem.
Só as Tuas palavras conseguiram trazer a paz, ao meu quarto, ao meu mundo; ao meu coração.

"Calma minha filha. Estou aqui."

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