O problema do sofrimento

terça-feira, maio 29, 2018

Estou lendo o livro o "Problema do sofrimento" de C. S. Lewis, e destaquei alguns trechos que gostaria de compartilhar aqui com vocês:


Todos já observaram como é difícil pensar em Deus quando tudo está indo bem. "Temos tudo que queremos" é uma frase terrível quando "tudo" não O inclui. Nós O consideramos um interrupção. Como diz Agostinho em algum lugar: "Deus quer nos dar algo, mas não pode, porque nossas mãos estão cheias – não há lugar algum onde Ele pode colocá-lo." Ou como disse um amigo meu: "Pensamos em Deus como um piloto pensa em seu paraquedas: ele está lá para emergências, mas o piloto espera que nunca tenha que usá-lo". Ora, Deus, que nos criou, sabe o que somos e que nossa felicidade repousa nele, contudo não a buscaremos nele enquanto Ele nos deixar qualquer outro recurso em que ela possa ser procurada de maneira plausível. Enquanto o que chamamos "nossa vida" continuar satisfatório, não o entregaremos a Ele. O que, então, Deus pode fazer em nosso interesse, a não ser tornar "nossa vida" menos satisfatória e privar-nos da fonte plausível da falsa felicidade? (página 109)

Se Deus é onisciente, Ele sabia o que Abraão iria fazer, sem submetê-lo a nenhuma prova. Porque, então, essa tortura desnecessária?". Como Agostinho salienta, porém, independentemente do que Deus sabia, Abraão não saberia que sua obediência podia suportar semelhante ordem enquanto o acontecimento não lhe ensinasse, e não se pode dizer que ele escolheu a obediência que não sabia que escolheria. A realidade da obediência de Abraão foi o ato em si mesmo, e o que Deus sabia ao saber que Abraão "obedeceria" era a verdadeira obediência de Abraão no cume daquele montanha, naquele momento. Dizer que Deus "não precisava ter levado a efeito a provação" é dizer que, pelo fato de Deus saber, a coisa sabida por Deus não precisa existir. (página 115)

A princípio, vejo-me oprimido, e toda a minha pouca felicidade ganha a aparência de brinquedos quebrados. Então, lenta e relutantemente, de mansinho, tento chegar a uma disposição de espírito que devo demonstrar em todos os momentos. Lembro-me de que todos esses brinquedos nunca foram projetados para dominar meu coração, que meu verdadeiro bem pertence a outro mundo e que meu único tesouro real é Cristo. E talvez, pela graça de Deus, eu obtenha êxito e por um dia ou dois me torne uma criatura que dependa conscientemente de Deus, extraindo força da fonte correta. No momento em que a ameaça é retirada, porém, toda a minha natureza salta de volta aos brinquedos: fico até mesmo ansioso – Deus me perdoe! – por banir de minha mente a única coisa que me amparou no momento da ameaça, porque ela agora está associada à infelicidade daqueles poucos dias. (página 120-121)

Você pode servir a Deus como filho ou como instrumento; pois com certeza você realizará o propósito de Deus, independentemente dos seus atos, mas para você faz diferença se está servindo como Judas ou como João. (página 126)

Nosso Pai nos dá alívio na jornada com algumas pousadas agradáveis, mas não irá nos encorajar a confundi-las com o nosso lar. (página 131)

Depois de um erro, você precisa não apenas eliminar as causas, mas também corrigir o próprio erro. Depois de um pecado, você deve não apenas, se possível, eliminar a tentação, mas também voltar a arrepender-se do próprio pecado. Em cada caso, requer-se uma desconstrução, o que não ocorre com o sofrimento, ao passo que todo erro não corrigido e todo pecado não expiados são, por si mesmos, uma fonte de novos erros e pecados, fluindo até o fim dos tempos. (página 132)

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