Sempre inverno e nunca natal

segunda-feira, maio 06, 2013

Em o “O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa”, C. S. Lewis nos conta que a Inglaterra estava em guerra e que, por causa disso, os irmãos Susana, Lúcia, Pedro e Edmundo foram levados para a casa de um velho professor, em pleno campo, em busca de proteção.
Ao explorarem a casa do professor, os irmãos descobriram que, em uma das salas, não havia nada além de um enorme guarda-roupa. Lúcia, então, curiosa, entra no guarda-roupa quando ninguém está por perto e acaba em outro mundo. O mundo frio e congelado de Nárnia.
Lá, o primeiro narniano que Lúcia conhece é o Sr. Tumnus, um fauno encarregado de roubar as crianças (os filhos de Adão e Eva) e levá-las à Feiticeira Branca, que governa a terra de Nárnia. Mas o Sr. Tumnus é um fauno bondoso e não quer cumprir as ordens da Feiticeira Branca. Ele conta a Lúcia que a Feiticeira é má e que, por causa dela, sempre é inverno em Nárnia. “Sempre inverno e nunca Natal”, diz o Sr. Tumnus.
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1. Um mundo onde sempre é inverno e nunca Natal representa um mundo sem o sobrenatural

Não é difícil imaginar um mundo onde sempre é inverno e nunca Natal. Imagine um mundo onde a imaginação não exista, mas só o racionalismo. Nesse mundo, as pessoas consideram que a única fonte de conhecimento verdadeiro é a ciência e que não há espaço para o sobrenatural. Nesse mundo, o amor é apenas uma reação química que ocorre em nosso cérebro e não um fenômeno metafísico. Nesse mundo, existem engenheiros químicos, mas não existem feiticeiros. Existem prédios, mas não existem gigantes. Existem equações matemáticas, mas não existem fórmulas mágicas. Existem jogadores de xadrez, mas não existem poetas. Existe inverno, mas não existe Natal.
Certamente, esse seria um mundo chato e sem graça. A razão é importante, pois através dela conhecemos a verdade. No entanto, a imaginação também é, pois ela nos dá o significado. Precisamos da razão e do significado.
O grande perigo está em nos tornarmos racionalistas e abandonarmos a beleza da imaginação. Afinal, de acordo com o grande pensador cristão G. K. Chesterton, não são os sonhadores que enlouquecem, mas sim os racionalistas. Chesterton diz: “O louco não é um homem que perdeu a razão. O louco é um homem que perdeu tudo exceto a razão”. Matemáticos e jogadores de xadrez enlouquecem, mas isso raramente acontece com artistas e poetas.



2. Um mundo onde sempre é inverno e nunca Natal representa um mundo sem esperança de um Salvador

Mas, imagine ainda um mundo em que a humanidade tenha pecado contra Deus e não haja qualquer esperança de salvação. Deus ignora sua criação por ela ter feito o que é mau e a abandona. Nesse caso, todos estariam condenados a estarem eternamente separados de Deus.
Se Deus não tivesse enviado Jesus Cristo para morrer por nossos pecados e ressuscitar, nos dando, assim, esperança de vida eterna com Deus, o mundo estaria em completo poder do Diabo (ou Feiticeira Branca), sem esperança de libertação. Nesse caso, viveríamos um eterno inverno, sem esperança de Natal. Como afirma o apóstolo Paulo, se Cristo não ressuscitou dos mortos, comamos e bebamos porque amanhã morreremos (1Coríntios 15.32).

3. A importância da imaginação no cristianismo

C. S. Lewis acreditava que, para que o cristianismo pudesse se comunicar com alguém, duas coisas eram necessárias:
1. Que a pessoa estivesse aberta ao sobrenatural;
2. Que a pessoa sentisse que há algo errado com ela e que ela precisa de ajuda, de um Salvador.
É necessário utilizarmos a imaginação para darmos beleza ao sobrenatural e, assim, fazer com que as pessoas se sintam atraídas a ele, e, ainda, para conscientizar as pessoas de que elas precisam de um Salvador.
Esse foi o objetivo de C. S. Lewis ao escrever as “As Crônicas de Nárnia”. Ele criou um ambiente intelectual e imaginativo no qual o cristianismo fosse visto como algo plausível para aqueles que estão do lado de fora.
Portanto, é necessário unir razão e imaginação e fazer com que elas trabalhem no mesmo time. Unindo razão e imaginação, ou seja, unindo verdade e significado, podemos levar pessoas a pensarem que talvez exista um Deus que nos criou e que se importa conosco a ponto de enviar Seu único Filho para morrer em nosso lugar e nos dar esperança de vida eterna; que, afinal, talvez haja um Natal para o nosso inverno.

Escrito por Jonathan Silveira

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1 Comentários

  1. Muito bom o texto e as explicações sobre As Crônicas de Narnia!Parabéns!

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